Quem inventou essa frase tão repetida?
Por acaso, ou não, fui feita por um e criada por outro.
O pai 2 cuidou de mim, me sustentou, me deu carinho, momentos felizes em família, tios, primos, lembranças vendo MacGyver, ouvindo Caetano Veloso ou me carregando na piscina.
Ele era pão duro também, afinal, ninguém é perfeito.
Depois de uma tragédia, ele faleceu me deixando desolada e sozinha.
Lembrei que tinha outro pai, apesar de não saber nada além de um nome cheio de homônimos no país.
O procurei por muitos anos.
Em grande parte era curiosidade em ver como ele era e o que fazia da vida.
Pra minha surpresa, ele também me procurava.
Não senti só a satisfação de matar a curiosidade, mas o abraço de ser amada mesmo perdida.
Identidade. Me vi no espelho. Como eu seria se fosse homem. É legal saber de onde veio e porque é do jeito que é.
Ele é um cabra da peste que ainda não entendo plenamente. Não dá pra criar anos que não aconteceram juntos.
Já fiquei puta com ele, e com certeza ele comigo. Mas acho que isso é o normal de uma família.
Tenho medo de o perder porque está a idade está chegando.
Mesmo morando muito longe, mesmo sem falar com ele com frequência, mesmo pensando diferente em algumas coisas, eu sei que ele está lá e que pensa em mim e isso me satisfaz.
Nenhum dos dois é perfeito, assim como eu não sou. Mas os amo.
Obrigada por fazerem, a seu modo, parte da minha vida e de quem eu sou.
Feliz dia dos pais!